Posted by : WhiteVir domingo, 30 de abril de 2017






- BOM DIA, RECRUTAS! É HORA DE SE LEVANTAREM! - Gritara Louis, com sua costumeira voz estridente.

Dando uma meia volta e deixando a porta do quarto aberta, as mais novas integrantes da Guilda se levantaram da cama.

Elas seguiam seus próprios rituais diários: levantar, arrumar a cama e ir ao banheiro. Embora uma sempre fazia numa ordem diferente da outra, permitindo o revezamento do banheiro.

Com um desjejum rápido, todos om membros se reuniram no primeiro andar, e após as palavras ditas por Wigglytuff, os membros foram dispensados. Quando estavam prestes a subir as escadas, Louis chamou as recrutas.

- HEY! - Berrou o Loudred. - VOCÊS DUAS!

E pararam imediatamente, olhando desconfiadas entre si. O Pokémon demonstrou uma carranca, e bateu o pé no chão algumas vezes.

- Venham aqui!

Desceram os primeiros degraus e se aproximaram do Louderd, em passos lentos. Ele estava de frente a um pequeno buraco, onde uma pequena planta verde estava erguida. O Fundo, como chamavam os membros da guilda, estava aberto. Ao se  aproximarem, notaram o quão escuro e profundo era o buraco no chão, demarcado por um contorno de pedras. Não faziam ideia de qual era a profundidade dele.

- Muito bem. - E respirou fundo. - Precisamos da ajuda de vocês para essa tarefa hoje.

-“Precisamos”? – Indagou Ellie. Olhou ao redor. Não tinha ninguém mais por perto.

- Oh, é verdade. Dexter, venha dar um oi! - E gritou para o buraco.

Alguns segundos depois, ouviram um pequeno burburinho no chão, e em seguida ele se abriu, próximo a Loudred. Era Dexter, o Digglet.

- Olá! - Disse animado.

- Esse é o Dexter. – apontou. – Ele irá sair hoje, e precisamos de substitutas.

- Ah...-  sussurrou Sally.

- Nesse caso, fomos "as escolhidas"? - Ellie indicou a si e a parceira, de modo sarcástico.

- EXATAMENTE ELLIE! – Gritou alegre. Não havia percebido o sarcasmo da Snivy. - É isso que quero que façam hoje, meninas!

- Mas Charles não... - Ela se virou, vendo que o Chatot não estava mais a vista.

- Ele autorizou, sim. - Loudred sorriu. - Hoje vocês não deixarão de fazer missões, não se preocupem! Vocês farão um tipo de missão, diferente, apenas. Não é sempre que Dexter sai do posto dele, então...

- Desculpem-me.- sussurrou timidamente o pequeno Digllet. – Eu e meu pai precisamos sair hoje... São os assuntos de família... E eu ainda preciso ajudá-lo a trocar as Quests dos Jobs rápido... Para agilizar tudo na Guilda e resolver outras coisas externas...  Como sou o único sentinla na Guilda além de Louis, seria muito trabalho só pra ele..., Preciso que me ajudem hoje, por favor.

O Digglet então deu um sorriso tímido, estava envergonhado de pedir para duas desconhecidas uma tarefa sua e do próprio pi.. A dupla notou que ele tinha olheiras. Provavelmente não vinha dormido muito ultimamente.

- Oh, sem problemas. – comentou Ellie educadamente, acenando com o polegar.

- Nós te ajudamos nessa, Dexter! Fica tranquilo. – Concluiu Sally, acenando e sorrindo confiante.

- Obrigado pela ajuda de vocês! – Dito isso, sorriu e se despediu, sumindo pelo buraco, escavando a terra. No lugar onde esteve, só restara uma pequenina , como se o solo retornasse ao normal.

- Começaremos agora, pois o movimento da Guilda vai aumentar. Vai durar o dia todo.

- Espera, o dia todo? - Exaspera Ellie, de olhos arregalados.

- ISSO. - Falou alto. - AGORA, VOLTEM AO SEU TRABALHO!

Do outro lado da sala, Charles assistia tudo em silêncio e acenou positivamente com a ponta da asa para Loudred. Este retribuiu com um dedo positivo.

- Urgh... Meus ouvidos... - Gemia Ellie, tampando os ouvidos e segurando a cabeça, que rodava.




* * *




- O que devemos fazer exatamente?

- Muito bem. Vocês descerão por essa escada e irão identificar todos os Pokémon que passam pela Guilda.

- E se a gente errar?

- ...Não temos essa opção. - Falou seriamente. - Mesmo porque, esse trabalho é para identificar se não haverá a entrada de visitantes suspeitos. Uma vez interceptamos um Breloom com trabalhos que não era da própria Guilda. Heheh, nem preciso dizer o que aconteceu com ele...

- ... - A dupla se silenciou, tentando a chegar em hipóteses do porque aconteceu com o desconhecido.

- Além do mais: FAREMOS UM PLACAR! - Berrou animado, abrindo os braços e os agitando. - E NO FINAL DO DIA, Charles avaliará o desempenho de vocês!

- Nosso desempenho? - Indaga Sally, se surpreendendo. - Isso aqui tá valendo?

- EXATO! Como eu disse, vocês ainda estarão fazendo um trabalho, e recebem por isso, logicamente. - E levanta um de seus dedos azuis. - Faz parte do treinamento da Guilda. Vocês ainda são as Rookies.


* * *


- E essa é a sua sala? - Ellie pergunta, dando uma girada, assoviando ao olhar a estrutura.- É bem espaçosa, não?

- É. Só membros da Guilda sabem que ela existe. E também, só eu e Dexter ficamos aqui.

A sala que era de Louis e Dexter era relativamente grande. De uma ponta até outra, media 8 metros de largura e 2,3 metros de altura. Havia uma escrivaninha grande, e uma cadeira com uma almofada vermelha, já bem gasta, mas de aparência confortável.

Tudo era revestido de madeira, desde o chão até as vigas do teto. Um grande aparelho branco se destacava no canto direito, que Louis adorava, chamado "Ar-condicionado", mantendo uma temperatura agradável. Logo perceberam que não deveriam mexer naquilo, pois parecia frágil e caro.

Uma espécie de cano estava pendurado no teto, com uma lente e dois apoiadores de mãos em cada ponta. Loudred mostrou como ele funcionava, descendo e subindo, e como movè-lo sem ser notado pelos Pokémon do lado de fora.

- Espera aí, quer dizer que vocês não identificam pelos "Footprint"? Que aquela coisa de identificar os Pokémon pelos pés é mentira?

- É claro que não identificamos pelos pés! - Responde Louis, ofendido. - Nós temos uma pequena câmera escondida. Assim, tanto eu quanto Dexter vigiamos a entrada.

- Nossa! Eu adorei isso. - Diz Sally, apoiando as mãos na cintura em um gesto de empolgação. - Quer dizer que aquilo em frente da Guilda é uma baita mentirinha, né?

- Bem, sim. - Ellie conclui. - É um jeito de enganar quem quer nos enganar também, há!

- Quase não parece muito honesto. - Suspira Sally.

- Nem tudo precisa ser descoberto. - Comenta Louis, abrindo um sorriso que parecia lupino. - E acredito que nós identificamos um Pokémon, e achamos uma maneira muito eficiente para isso.

- O que levou a isso? - A Snivy pergunta, tombando a cabeça.

- Maior precisão de identificar o Pokémon, além de supostamente ser obrigatório nas Guildas ter um sistema oculto de identificação de visitantes. - Ele fala com pompa, apontando para um livro de capa vermelha numa estante há alguns metros dali. - Está no Guia para Guildas Oficiais.

- Mais um livro para ler! - comemora Ellie, sorrindo ao anotar mentalmente mais um livro para ler.

- Caham, - tossiu o Loudred, chamando a atenção de ambas. - Agora vamos nos concentrar. Nunca sabemos quem visitará a Guilda. Então, precisamos estar sempre atentos.

- E como saber se são suspeitos? - manifesta-se Ellie.

- No caso, eu sempre tenho uma lista de Pokémon suspeitos aqui comigo. - E ele tira um papel de uma caixa. - Vejam, há nomes e a espécie de Pokémon que não devem entrar aqui. No caso, são procurados e suspeitos de crimes. Tirando isso, qualquer um pode entrar na Guilda, até o segundo andar.

- Ow! Saca só esse sistema de segurança deles! - Fala Sally.

- Vocês verão não só as patas do visitante, mas a aparência e o que ele carrega. Por isso, aquele objeto verde ali. - E aponta para frente, para o cano de metal.

- E se ele carregar algo suspeito? - Pergunta Ellie, olhando através do tal "binóculo".

- ... Nesse caso, eu irei pessoalmente ver o que ele leva. - Disse sério, cruzando os braços.- Às vezes eles podem trazer itens nem um pouco agradáves, e digamos... Deixar de presente por aqui, para a guilda... bombar, por assim dizer.

- Já aconteceu isso? - Sally fala, olhando para um "puffe", na intenção de pular sem parecer desrespeitosa.

- ... Algo parecido, sabem? Na verdade, foi muito engraçado. -  Ele desfez sua feição, sorrindo, até que por fim gargalhou. -MUAHAHAAHAHAH! Precisavam ter visto a Teresa nesse dia... Não sei de quem foi a ideia, mas ela ficou toda... toda... - fazia força para parar de rir. - Roxa.

- Ela ficou tão brava que nem respirou? - Pergunta Sally, se virando para olhá-lo, curiosa com o desfecho da história.

- Quase. - Ele enxuga uma lágrima, que estava prestes a escorrer do canto do olho. - Eles jogaram uma tinta, e por incrível que pareça, só atingiu a Teresa... Até porque foi ela que abriu... Hahaha...

- UAU! - Brandiu Sally. - Isso é uma pegadinha num nível Hard. Quem fez isso com certeza estava com um plano bem mirabolante.

- É, bem, depois disso, investigamos alguns suspeitos... Mas ainda não o achamos.

- Isso foi um ato considerado contra a Guilda ou contra uma integrante especifica? - Ellie pergunta interessada, cruzando os braços.

Loudred coça a cabeça e fecha os olhos. Ele suspira e falou:

- Um membro atingido é considerado como um ato que atinge a Guilda. Não foi grave, pois foi somente tinta lavável. Mas se tivesse sido outra coisa, eu iria conversar com esse individuo pessoalmente... - Ele termina, com um sorriso cruel e punhos fechados.

Olhando assustadas para ele, Ellie voltou a bisbilhotar pelo binóculo, e Sally inesperadamente ficou parada. Há alguns metros dali, uma luz vermelha piscou e ela entendeu o que queria dizer. Sem Louis chegar naquela parte da luizinha vermelha na parede,

- Hey, alguém chegou!

- Muito bem! - E ele bateu as palmas, sentando em sua cadeira. - Vamos direto pra ação.

A Snivy então disse que se encarregaria pela vista; Sally por registrar todos os nomes numa lista, enquanto Louis verificava quais eram os Outlaws da semana.

A primeira sombra apareceu, um Pokémon de porte médio e bípede. Sua aparência era semelhante a um macaco, de pelagem vermelha e com uma chama ardente no término da cauda fina.





- Um Monferno! - Diz Ellie, um pouco nervosa.

- VOCÊ TEM CERTEZA? - Berra Louis, assustando a garota. - Não se preocupem, eles podem nos ouvir, de qualquer jeito.

- ... Sim, é um Monferno. Ele não carrega nada. Também não demonstra nada peculiar.

- Certo! - Sally deslizou a caneta pelo papel, anotando o nome e as informações que Ellie falou.

Louis então verificou em dezenas de papéis pendurados em um painel ao seu lado, na parede, algum suspeito que fosse aquele Pokémon e não encontrando nada, sorriu.

- Muito bem! - Diz Loudred, alto o suficiente para o Pokémon do lado de fora ouvir. - Portão aberto!

Ele puxa uma alavanca, ao lado da escrivaninha, e todos ouviram um som de ferro e correntes sendo movidos.

Agora, havia algo que elas não notaram, uma espécie de aparelho nunca visto antes por nenhuma das duas, em cima da mesa do escritório. Ela emitiu sons metálicos algumas vezes e um pedaço de papel pequeno apareceu em sua superfície. Nele, estava escrito "Monferno", junto com algumas outras palavras; "Não suspeito; não porta nenhum objeto; não está na lista de criminosos"

- Heh! - E ele se encosta na cadeira satisfeito, que rangeu. - Não erraram dessa vez.

- Como você sabe? - Indaga Ellie, se virando para olhá-lo.

Ele então apoia os pés em cima da mesa, calmo. Com um sorriso de canto, ele diz:

- Estão vendo essa caixinha? É uma máquina criptografica.

- Isso realmente existe? - Pergunta Ellie se aproximando, abandonando seu cargo e vencida pela curiosidade. Seus olhos brilharam quando viu a caixa e sorriu.

- Realmente. No caso, eu e Alice trabalhamos todo dia com essa maquina ai.-e apontou para o objeto.- Nunca falhou. Assim, seria praticamente impossível alguém saber o que ela está escrevendo. Alguns tentaram espionar, mas só viram ingredientes de receitas... Assim, ela sempre confirma qual é o Pokémon que entra.

- Uau! Isso é muito mais legal do que pensei!-exaspera Sally, sentando no puffe.

- E além de tudo isso, tem esse radiozinho aqui.-e pegou um objeto fino, que estava em um suporte até então.- Isso permite ouvir os visitantes também.

- Mas aonde ele fica?-pergunta Ellie.

- Sabe aquele buraco que vocês acham que a gente identificava os Pokémon só pelas pegadas? Então, eu coloquei lá.

- Woooooooow! - E Sally levanta os braços, alegre. - Isso sim é um tipo de espionagem pra proteger a Guilda!

Louis acenou a cabeça, não deixando de sorrir; afinal, fora ele que projetara aquilo tudo, e administrava. Sally o admirou por ele ter pensado em nesses detalhes de proteção á Guilda. Não só ela, mas todos sempre o respeitavam, mesmo quando Loudred os acordava cedo. Agora sabia o porque de que quase ninguém o desafiava de verdade.

Exceto a Sunflora, é claro.

Depois desses pensamentos, a Totodile ainda segurava prancheta. Mexendo sua cabeça, depositou sua mala ao seu lado, na qual estava com ela esse tempo todo. Após alguns segundos, ela pegou seu pequeno caderno e um lápis. Deixou-os separados no chão, organizados. Sua ideia agora, era de quando aparecesse um Pokémon, ela anotaria tudo que Ellie falava e, enquanto isso, rascunharia algumas coisas que vinham a sua mente.

Por alguns longos minutos, não houve qualquer sinal de Pokémon, o que levou Louis a pegar alguns livros e uma pequena caixa na estante. Sentando em sua cadeira, ele abriu um deles e tirou um óculos daquela caixinha. Se pós a ler e Ellie também fez o mesmo.

Pegando um puffe ao lado de Sally, ela tirou o manual da Guilda da estante e o abriu. Como Loudred não fez objeções, ela se acomodou perto do cano de metal e se pós a ler.

Mas não tardou para alguns outros Pokémon chegarem. Em sua maioria, eram duplas ou trios, na qual Louis já identificava alguns por já terem visitado a Guilda anteriormente, buscando trabalhos no Bulletin Job. Não havia restrições para quem pudesse pegar Quests, logo, mesmo quem não pertencia a Guilda, poderia pega-los.

Sally chegou a pensar se esse fosse o caso dela e de Ellie. Se pegassem apenas Quests e recompensas, não conheceriam todos da Guilda. Talvez, apenas de vista, o que seria mais provável. Mas chegou a conclusão de que preferia ter vários Pokémon na qual se sentia bem por perto. As brincadeiras na hora do Café da manhã e jantar eram engraçadas demais para serem deixadas de lado, principalmente quando Louis e Teresa se encaravam e começavam a rir um do outro.

Havia também Charles, que perdia algumas penas apenas por se estressar e se agitar afobadamente quando alguém pretendia começar alguma rixa. Guildmaster Maya sempre assistia tudo tranquilamente, mastigando suas Perfect Apples.

Outros Pokémon chegavam a ser reservados, mas sempre soltavam risinhos quando alguém também contava piadas. Sally estava pensando em algumas que poderia compartilhar.

"Espera eles ouvirem..."-pensou, sorrindo.

O apito da sirene a afastou de seus pensamentos, a levando pegar sua prancheta e ficar a postos de escrever as palavras de Ellie.

- ... Gerren? - Disse incrédula. - O que ele veio fazer aqui?

- Talvez ele veio bater um papo. Sugeriu Sally, fazendo biquinho. - Certeza.

- ...Bem, ele está carregando os objetos de sempre... A mochila, no caso... - Disse Ellie, forçando a vista pela lente do cano.

- Hum, Louis, podemos ver o que ele quer?

- Hey, Sally e... Ellie, eu vim aqui para falar com elas. - Disse o Growlithe, sua voz saindo um pouco diferente através do rádio.- Elas estão ai?

Gerren olhou para o chão, fazendo a pergunta. Ellie segurou o riso, pois ele também não sabia que havia uma câmera escondida o observando, e não alguém debaixo do buraco como pensavam... Ou se sabia, não pronunciara nada também...

Louis então as liberou com um gesto e elas subiram as escadas. No lado de fora, o portão da Guilda se abriu e ele as saudou com um aceno de cabeça.

- Hey, bom dia. Eu preciso perguntar uma coisa para vocês.

O Pokémon remexeu em sua mochila até encontrar um pedaço de papel.

- Primeiro, meu chefe mandou isso aqui pra vocês. - Ele entregou uma carta, que rapidamente foi aberta.

- Aqui diz que ele nos agradece. - E Ellie passou o papel para Sally, que também leu.

- E em segundo... Eu gostaria de dizer que fazer a missão com vocês foi bem legal. E se viram esses carinhas aqui.

Ele estendeu um panfleto, típico de Guildas, mas com um pequeno círculo azul e vermelho na ponta. Era a marca de que esse era um caso de polícia, não de Quests de Guildas.

- Um Plusle... E um Minun? - Indaga Ellie, semicerrando os olhos.

- Sim. - E quando elas se afastam, ele guarda o papel.- Eles causaram problemas numa vila não muito longe daqui... Acho que se chamava Pokémon Village.

Ouvindo esse nome, a dupla ficou tensa. Elas se olharam e acenaram a cabeça.

- Há algum paradeiro deles? - Pergunta Sally.

- Não muito na verdade. - Bufa Gerren. - Eu pretendia investigar o lugar ainda hoje. E queria saber se queriam ir comigo, ou se conheciam o lugar.

- Visitamos o lugar uma vez, há uns 12 dias, mais ou menos. - Diz Ellie, cruzando os braços.

- Certo. Vocês se lembam de alguma coisa incomum? - Pergunta curioso, olhando para a Snivy.

- Na verdade, não ficamos lá por muito tempo... Acho que não serviremos de nada por hora. - Diz Sally, balançando os ombros.

- Ah, certo. - Ele lamenta, suspirando. - Nesse caso, eu vou indo. Mas obrigado pela atenção, de qualquer maneira.

Com um aceno e um "bom-dia", ele desceu a escadaria. Ellie descruza os braços e também se vira, entrando na guilda.

De volta ao primeiro andar, a dupla desceu a escadaria, onde Louis não havia mexido um músculo sequer. Ele parecia uma rocha, imóvel e mal parecia respirar ou emitir qualquer som.

Sentando em seus lugares, elas voltaram a sua tarefa do dia.




* * *




Gerren havia chegado em instantes naquela vila, com sua própria insignia de policial.

Não havia muito movimento pela aquela área, e a primeira coisa que fez, foi procurar o Posto Policial. Pois segundo as regras, quando um policial visitava outa vila com outro posto policial, ele deveria reportar imediatamente o motivo que o levou até lá. Era a primeira vez de Gerren, e ele não deixou de ficar ansioso.

Perguntou a alguns Pokémon da própria Vila, depois de atravessar a ponte. Algumas lojas tinham funções semelhantes a de Treasure Town, como comércio, banco e uma estalagem. Sendo o mais cortês possível, ele perguntava como chegar ao lugar desejado e indo por uma rua não muito longe dali, disseram que chegaria ao lugar.

E quando achou que encontrara, ficou surpreso.

Ele estava destruído, cheio de cinzas. Parecia sobrar apenas o esqueleto da construção básica do lugar. Prendendo a respiração, ele chegou perto.

Era um lugar menor do que o de sua própria unidade, e ele foi se aproximando, ignorando a faixa amarela que rodeava o local.

Não sobrara muito do que um dia foi, na verdade.

Andando em meio aos destroços, com cuidado para não deixar algumas vigas de madeira escura caírem, ele foi adentrando na estrutura. Após alguns minutos, ele achou alguns móveis queimados, mas em pé, e se aproximou deles.

"Aqui deveria ter sido uma biblioteca ou escritório...", pensou o policial. Algumas estantes estavam de pé, mas todo o conteúdo de livros estava em cinzas, No que era uma mesa grande de madeira forte, tentou ver se ainda havia documentos numa gaveta mas não havia marcas de qualquer papel em nenhuma das gavetas.

"Ou devem ter levado com eles... Ou devem ter escondido em outro lugar por aqui." - pensou, agilizando seus passos fortes, dirigindo-se para uma estante metálica desgastada a leste da sala. Ela também estava chamuscada. Chegou perto e abriu uma das gavetas. Por sorte ou mera organização, alguns arquivos estavam ali.

Vasculhou um por um, achando fichas de alguns suspeitos. Mas não encontrou nenhum dos criminosos que procurava. Bateu com a pata na gaveta, ao fechá-la, frustrado.

Foi então que ouviu um som diferente. Bateu em outras gavetas, e somente na que estava procurando, o som saiu oco, não metálico. Rapidamente, ele descobriu um fundo falso, contendo algumas pastas amareladas e dobradas nas bordas, como se tivessem sido forçadas a serem escondidas ali.

Encontrando o que procurava, exclamou um "Bingo!", sorrindo. O nome Plusle e Minun não era o único entre papéis, contendo mais quatro pastas, porém com menos conteúdo, haja visto que verificou pela grossura e peso. Mas se concentraria no seu caso, por hora. Arrumou tudo como havia encontrado e fechou a gaveta. Colocou o caso da dupla criminosa na própria pasta, e guardou o resto junto a mochila que levava.

Suspirando alto, ele abriu a pasta e encontrou algumas informações importantes. Entre eles, estava uma lista de lugares tanto suspeitos de ser o esconderijo, e numa outra folha, de lugares propícios à serem atacados. Por mais que procurasse, não havia encontrado "Unidades Policiais" neles. Talvez não houvesse tido tempo de...

Então ouviu um estalo, e se virou rapidamente, em posição de ataque.

Um Pokémon apareceu na vista, vestindo um distintivo semelhante ao Growlithe. ele era bípede, com uma longa cauda fina e preta, com uma ponta amarela num formato de um raio. Suas orelhas eram curvadas para cima; os olhos, negros, assim como a ponta de suas patas. Ele tinha a pele alaranjada, com a barriga amarelada. Ele era um Raichu.



- Olá! - saudou. - Vejo que está aqui a trabalho, pelo distintivo, mas... Você tem permissão?

O seu tom era acusador. Logo soube que não era bem vindo. Raichu se aproximou enquanto Gerren fechou a pasta com as poucas páginas disponíveis. Ele se levantou e começou a andar na direção do Pokémon elétrico.

- Olá. - começou a falar. - Eu sou da Unidade de Treasure Town.

Ele apontou para o próprio distintivo, e Raichu fez um sinal com a abeça.

- Entendo. O que veio procurar?

- Estou num caso. - respondeu. - E iria me apresentar para essa unidade, e pelo visto...

Ele olhou ao redor, já respondendo a pergunta.

- Compreendo. - respondeu o outro policial. - Bem, nessa caso, você tem minha autorização para procurar pela vila.

- Obrigado, senhor. Mas o que acontceu aqui?

Ele olhou ao redor e cruzou os braços. Fechou o seu olhar e respirou fundo, antes de continuar.

- Houve um acidente. Ainda estamos investigando, logo não posso fornecer informações...

- Entendo. - respondeu Gerren prontamente, acenando a cabeça.- Então irei indo, senhor. Tenha um bom dia.

O Growlithe então saiu daquela unidade destruída, procurando um mapa daquela Vila. Pelo visto, iria precisar procurar bem por detalhes.



* * *  



Era por volta das cinco da tarde quando Alice desceu pela escada, trazendo alguns potes consigo.

- Boa tarde pessoal! - disse sorridente. - Espero que estejam com fome... Até porque, depois de um dia de trabalho, vocês devem estar cansados!

- Eu ainda estou viva! YEY! - Sally disse, levantando os braços.

Nesse instante, Ellie se vira, cheirando o ar. Imediatamente, seu estômago roncou.

- Bem, eu deixarei esse lanche pra vocês. - Depositou os potes na mesa, e ao se virar para se retirar e subir as escada, acrescentou: - Bom apetite, pessoal.

Em cada pote, havia um nome escrito com uma etiqueta. Louis pegou o seu e se sentou, servindo-se de algumas Berries. Sally abriu o seu, encontrando vários pães de queijo. Para Ellie, havia algumas Berries diversificadas e alguns pães de queijo integrais. Sorrindo, elas voltaram para seus postos. Todos ali se serviram felizes.

- Cara, não sei como a Alice acertou meu lanche favorito! - Sally devora mais e mais, mastigando vários de uma vez só, mostrando sua felicidade.

- Realmente, parece que já puxaram uma ficha de nós, não é Sally? - fala Ellie, suspirando com seus pães quentinhos.

Nesse momento, Loudred disfarçou o olhar, voltando a olhar para seu lanche.



* * *



Algumas horas depois...

O horário de visitas acabara, e todos os Pokémon que não fossem da Guilda já haviam saído.

Louis havia chamado ambas, para que saíssem do posto. Subindo a escada, logo sentiram a mudança de temperatura, visto que a sala de Louis tinha um ar-condicionado que mantinha a temperatura confortável. Sally gemeu com o frio, enquanto Ellie esfregou os próprios braços.

Chegaram ao primeiro andar, Chatot as esperava na porta da sala da Guildmaster, 

- Muito bem... Deixem-me ver.

Charles pegara uma pequena tabela marrom, checando os resultados. A cada linha, acenava a cabeça e continuava a sussurrar. Quando enfim terminara, devolveu a tabela a Louis.

- Seus resultados foram... Muito bem aceitáveis.

- ... isso significa que...

- Bem, ficaram em segundo lugar. É um bom começo, na verdade. – as palavras eram sinceras, e Sally ficara feliz. Ainda que fora Ellie que fizeram todo o trabalho, identificando todos os visitantes. 

- Sua recompensa. – e estendeu um saco cinzento, e ao abrirem encontraram alguns Poke-Dólares e outros itens.

- WOW! - e Sally se aproximou.

- Esse é um resultado de um bom dia de trabalho, produtivo. Agora vão descansar, pois daqui a pouco é a hora do jantar.

Animadas pela recompensa, organizaram os itens assim que chegaram ao quarto, deixando a quantidade de objetos que cada uma levava de maneira igual. Acabariam por depositar e vender alguns itens no dia seguinte, então colocaram as malas na escrivaninha rente a cama e saíram do quarto.

Seguiram outros Pokémon, que também iam para a cozinha, conversando animadamente. O jantar ocorrera como em outras vezes: Wigglytuff contemplava com suas Perfect´s Apples; Louis debatia com Teresa, com ambos se erguendo da cadeira e os demais membros incitando a briga; Heitor se mostrava tímido no início, mas depois se empanturrara das mais diversas comidas; e Chatot, olhava para aquelas atitudes com um ar de reprovação.

Chingling observava tudo, sorridente. Sua comida não fora desperdiçada nenhuma vez, com os membros da Guilda não deixando restos em seus pratos. Com todos satisfeitos, foram para seus quartos. Alguns ainda mencionaram que “A noite”, chegaria e que estavam mais que ansiosos para a historia de Alice.

Sally havia se esquecido completamente, mas se animou ao lembrar. Ellie enfim fechara a porta do quarto, arrumando uma última vez sua mochila, e apagou a luz do abajur, deitando-se rapidamente na cama.

- Achei que o dia não renderia hoje... - comentou calmamente, com as pálpebras dos olhos fechando lentamente.

- Mas quem diria...E a recompença foi muito boa, né? E se a gente mudasse pra esse trabalho? – falou irônica a ultima frase.

- Nem pensar! - disse Ellie. - Explorar é muito legal! E a gente vai ajudar outros Pokémon, além disso!

- Hehhe! - e Sally desviou de uma almofada bem certeira. - Mas até agora, não fomos em muitas Dungeons...

- Mais para frente, vamos ter ido em tantas, que iremos confundir para qual iremos! – falou alto, esticando os braços.

- É isso aê. – e Sally se acomodou, e depois bocejou. 

Alguns segundos de silêncio depois, Ellie abriu a boca, mas algo travou em sua garganta. Ela engoliu o seco, e se obrigou a continuar.

- Sally, eu estava pensando em algo... Quando você estava com eles, sabe... Antes de me conhecer. - Uma pausa, para saber se poderia continuar a perguntar.

- O que seria? - a permissão para a pergunta que Ellie queria fazer foi ouvida.

- Como eles te tratavam? Digo, você contou que percebeu que depois eles faziam alguns crimes e te enganaram...

- Ah, olha... - e ela se virou, olhando para Ellie do outro lado do quarto. - Eu ficava meio quieta perto deles... Mas teve uma vez, no sexta dia, que eles me obrigaram a fazer uma faxina no esconderijo deles. 

- Urgh. Te obrigaram? 

- Sim! Eles eram bem folgados mesmo. - e Sally resmungou, cruzando os braços. - Mas no final eu acabei discutindo o por que deles continuarem a sujarem e somente eu ter que limpar. 

- Eles discutiram?!

- E no final eu não limpei porcaria nenhuma. - e deu um sorriso presunçoso. - Eles dizem que, pelo fato de eu ser a unica fêmea do grupo, eu deveria manter a "casa" limpa. Minha vontade era de sair e deixar tudo do jeito que tava, mas não antes de devolver o troco...! Mas ai eu sai daquele esconderijo. Dormi numa árvore e de tarde, fomos naquela vila. E no mesmo dia eu percebi o que eles realmente eram. 

- ... Nossa.

- Quem sabe numa próxima vez eu não peça revanche. - e se deita confortavelmente ao fim da história, apoiando a cabeça com as mãos.

- Eles merecem, depois disso tudo. - resmunga Ellie. 

- Mas ainda acho que eles seriam principiantes... Muito ignorantes, apesar de tudo. E, ao ser isso, sem ao menos perceber que são, é a pior coisa que se pode imaginar, né?

Ellie não proferiu mais nada, calando-se por fim com a reflexão da amiga. Com um grande suspiro, ela falou.

- Não adianta ficar com raiva agora. Só espero que eles não façam com mais ninguém o que fizeram com você.

- Então vamos assegurar isso. - sorriu, fechando os olhos.

- Então... É isso. Boa noite, Sally.

- Boa Noite, Ellie. Durma bem.







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