Notas da Autora #24

 


Gente eu tô olhando os templates do blog que eu fiz e joguei e nossa kkkkkk

Graphic design is my passion


Fonte: Pinterest


Enfim há quanto tempo! Apareci aqui, antes de fechar esse ano tão caótico né não?

E eu me formei na faculdade! Só falta o diploma + colação de grau!

Quem sabe eu consiga um tempo pra arrumar algumas coisas por aqui!

Enfim, eu nem lembro muito da história. Ala, vou mudar as coisas de novo! Que divertido aaeeeee

Mas nesse capítulo estava parados a meses. Hoje quis fazer um desenho, quem sabe eu consigo voltar a desenhar um pouco mais!

No geral, quis dar um foco a Maya e a sua dupla personalidade. E Charles que adora apanhar de mulher bonita :D




Sally mostrou que é uma irmãzona, ela é muito companheira! E bom a Ellie continua com seus segredinhos.

Próximo capítulo eu pretendo escrever, será no ponto de vista do Louis/Teresa! Eu preciso desenhar esses dois uma hora dessas!


E sem delongas acho que é isso, um ano muito caótico e muito doido. Cheio de coisas, mas quem sabe né, espero que não piore. É isso, obrigada por ter lido, se você chegou até aqui!


Capítulo 24: O lado oculto!




Charles estava cansado, o peso nos ombros fazendo-o diminuir o seu ritmo. Sua respiração estava devagar, como se inspirar fosse difícil.

Ele seguiu os dois outros ladrões, ou caçadores, mercenários, o que quer que fosse. Pela sua intuição, percebeu que estavam subindo, havendo escadarias de pedras, inclinações e o ar ficando mais rarefeito.

Maya havia comentado que todos iriam se reunir em um vilarejo, mas primeiro era preciso acha-lo.
Caso achasse, o habitantes daquele lugar poderiam recepcioná-los, pois havia um parente ali.

Havia deixado num mistério como era o vilarejo, acrescentando que poderia haver outros, mesmo que poucos. Segundo a descrição dela, o lugar ficava no topo de uma das cadeias montanhosas da região. Poderia demorar dias, ou com sorte, alguns haveriam chegado no lugar.

Sentiu um peso em seu coração, levando a mão no mesmo, sentindo acelerar. Havia se perdido de Maya, estava numa situação de risco por alguém que não conhecia e muito menos sabia por onde estava indo. Nunca fora chegado a Dungeons, fazia para ficar ao lado da Wiglytuff, sentindo que seria muito mais útil como ajudante.

Mas pelo visto, suas experiências não eram de grande ajuda. Dificilmente se perdiam, mesmo quando Maya virava para o caminho oposto, ou ficava tempo demais examinando uma pedra. Lembrara que uma vez, achara um fragmento muito peculiar, como tantas outras coisas que não interessavam Chatot. Ela guardava cada uma delas com carinho, pois sempre quis ser uma grande exploradora.


“- Então por que virou uma Guildmaster? Qual o sentido de construir uma Guilda?      
   
- Ah, você sabe. – E ela juntou as mãos, como se fosse descrever parte de um sonho. - Eu explorei muito, mas queria treinar e ajudar outros Pokémon nas Dungeons! Quem sabe escrever sobre as que eu visitei, das histórias e perigos! Acho que eu poderia ajudar o mundo e deixar minha marca...

- Que estranho. – Ele disse. – Mas estarei do seu lado para ajudá-la no que for preciso.

- Acho que estamos virando adultos, não é Charliezinho?”


Ao se lembrar dos apelidos, sempre corava um pouco. Ficava tímido se ela o agraciasse com caricias na frente de mais alguém, então sempre pediu para serem um pouco discretos. Ela entendia a timidez, mas adorava provocá-lo quando possível. Por vezes, pegava parte de sua refeição e oferecia a ele, levando a colher a sua boca, coisa de casal, dizia ela.

Voltou ao seu foco, movendo a cabeça para os lados, dispersando as lembranças.

Ao que pareceu mais dez minutos num ritmo constante de passos apressados seguindo a dupla, acabou ficando para trás e quase os perdendo de vista. Assim, se forçou a andar mais um pouco e parou, precisando apoiar-se na parede. Os pensamentos de largar o caso eram tão frequentes, que se irritou, juntamente com as dúvidas se deveria continuar o caminho. Estava irritado e suado, foi quando alguém tocou suas costas.

Ele virou-se rapidamente, com o braço direito brilhando, um Steel Wing potente que atingiria o que quer estivesse ali.

KACHIM. O barulho de metal se chocando ecoou por toda a caverna, formando uma leve cortina de fumaça.

Essas mesmas mãos o agarraram e tocaram sua bochecha, mas não precisou se debater, sabia agora a quem pertenciam. Relaxou e abaixou o braço, pedindo desculpas.

O vulto se revelara a própria Maya, com o paletó escuro e feição sorridente. Ela se aproximou e beijou a testa de Charles, que abaixou os ombros. Por fim, o abraçou e pediu desculpas num tom baixo, que mal poderia ser ouvido.

- Precisamos lidar com eles, deixe comigo. Você me dá cobertura, sim?

- Tudo bem. – Respondeu, se pondo de pé. – Eu aguento ficar com esse casaco mais um pouco.

Aproveitando a fumaça, Charles se colocou na frente, atraindo a atenção deles.  Quais quer dúvidas, ficariam para depois.

- Boa noite, senhores. -Falou, e eles se viraram surpresos.- Estariam interessados em alguns produtos da Polisharp? – Ele falou cordialmente, colocando a mão em frente ao torço, como se fosse um mordomo.

- Como é que é? – O Kingler apontou sua arma, um machado de batalha vermelho.

- Ignore, deve ser daqueles vendedores ambulantes. – Sealo falou, dando meia volta.

- Meus caríssimos senhores, é um deleite oferecer meus humildes serviços a vossa senhoria. – E ele se aproximou, um passo de cada vez, postura elevada. – Garanto que não irão se arrepender por um segundo sequer.

Charles bateu as palmas das mãos, e uma mulher vestida de paletó surgiu, o cabelo grande cobrindo parte do rosto. Ela fez uma reverencia e continuo com a cabeça baixa, um sorriso fino em seus lábios. No ponto de vista dos mercenários, Charles era um grande vendedor que tinha uma bela servente. Eles pararam e se entreolharam com um sorriso.

- Muito que bem, você tem a minha atenção. – Disse presunçosamente, se aproximando com os braços abertos. – O que vocês têm a me oferecer?

- Apenas o melhor para os melhores. – Charles disse, com um tom tão afirmativo que ergueu o queixo. – Querida, por que não mostra a esses jovens como se faz?

Maya levantou o rosto, mostrando uma feição que poucos veriam. Poucos ainda viveriam para contar a história.

- Seria um prazer.

Antes que qualquer um pudesse dizer ou pensar, ela avançou. Com um movimento, seu punho acertou a armadura grande de Kingler, quebrando facilmente. Ele caiu no chão com um baque, e seu companheiro se moveu para ajuda-lo mas não conseguiu. Foi atingido no nariz e voando para trás.

Maya, tirou o paletó de Charles, decidindo devolver, estendendo a ele.

- Querido, acho que preciso me aquecer um pouco, sim?

Foi quando a mulher mudou, de um sorriso tranquilo a algo cruel e maligno, irradiando uma aura negra, poderosa.

- Michelle, é um prazer te ver. – Charles falou, fazendo uma reverência profunda.

- Eu demorei, não demorei Charles? – Falou uma voz totalmente diferente, mais grave e poderosa.

A mulher moveu os ombros, que pareciam mais musculosos e fortes do que nunca, emitindo um estalo. Um momento de silêncio, antes de partir num salto, caindo em cima de Sealo, que havia se virado de lado.

O homem nunca pareceu tão assustado, ainda segurando seu nariz ensanguentado.

- V-você!! – Tentou dizer, o sangue chegando aos dentes.

- Silêncio, verme.

Num golpe, moveu seu punho o acertando novamente, e ele quicou a cabeça no chão, ouvindo um craque. Michelle suspirou alto, como se estivesse entediada. Se levantou, observou Kingler e viu que ele não se levantaria tão cedo.

- Charles, me dê a caneta.

- Agora mesmo.

Ele correu, tirando uma caneta, entregando para a mulher, que se virou e agachou. Em instantes, ela fez alguns riscos, como bigodes, círculos e símbolos que aparentemente não teriam significado nenhum. Rasgou a blusa azul, e escreveu no peito do homem uma simples frase.

“Polisharp esteve aqui”

Ela se levantou e não tardou a fazer a mesma coisa no outro homem, que ao se remexer, se levantou enquanto ela ainda fazia o desenho, que borrou.

Ela suspirou de raiva, e antes que o Kingler processasse, Charles acertou no ponto perto do pescoço com força de seu Steel Wing. O mercenário voltou a cair. Quando ela terminou, tampou a cante e entregou ao Chatot.

A mão dela tremeu e ela ficou parada por alguns segundos, depois levando a mão na testa.

- ...Charles? É você?

- Sou eu, Maya. Estou aqui.

Ela o abraçou, juntando as testas e dando um beijo rápido em sua bochecha. Com mais força, Charles juntou seus braços ao redor dela, acariciando seus cabelos ondulados.

- Está tudo bem. Não foi nada demais.

Maya se desfez do abraço, e quando tentou olhar para trás, ele pegou sua mão, oferecendo o próprio paletó.

- Por favor, fique.

- Ah, Charlezito, segure com você. Eu sei que você gosta de olhar meus braços, então tudo bem.

-...Tudo bem. Vamos indo?

- Sim. Não estamos muito longe do ponto de encontro, não é mesmo?









*




- Toma isso! Water Pulse!

Sally socou o Machoke a sua frente, com uma bola de água surgindo em segundos em seus dedos. Atingiu o Machoke a sua frente, ele berrou e tombou.

Ela recuou, pensando que tinha visto ele erguer o braço para atacá-la. Foi impressão sua, pois ele caiu no chão com um baque. Não demorou para ele ter um brilho em seu corpo e desaparecer.

- Poxa vida... Eu detesto combates por causa disso... Detesto ver alguém sumir assim.

Heitor se lamentou, levando as mãos para cobrir os olhos. Ellie o encarou.

- Mas, Heitor, eles não voltam para alguém lugar da Dungeon?

- E-eu não sei, nunca estive lá para ver!

- Verdade, não sei se isso é verdade também. – Falou Sally, se aproximando. – Mas bom, eu não gosto que peguem as minhas coisas quando eu estou lanchando. Se tem uma coisa que me tira do sério é atrapalhar a minha refeição. – Bufou, socando a própria mão.

- Acho que já passou. Te dou uma das minhas maçãs se você quiser, Sally.

- Nah, tudo bem.

Ela mudou de feição, como se não estivesse mais nervosa. Colocou as mãos atrás da cabeça e se virou, caminhando a passos largos e descontraídos.

- Eu descontei a minha raiva nele, então não tem do que deixar isso me remoer né?

- Sim. Vamos indo, Heitor? - Perguntou Ellie, olhando para ele.

- A-ah, vamos!

Saindo de seus devaneios, ele acompanhou as garotas de perto, se afastando quando encontravam algum oponente. Elas não tinham muita dificuldade, pois ambas atacavam para atordoar o oponente e finalizar o mais rápido possível com poucos, mas poderosos golpes. Anotou tudo em seu caderno.

Sally estava meio agitada, olhando todos os cantos do lugar. Quando pararam, ela se sentou numa rocha, escrevendo algumas coisas rápidas em seu caderno.

- Você também tem um diário Sally?! – Admirado, Heitor tirou o seu também de dentro da mochila, num zíper interno.

- Não tinha visto, que legal!

- Ele é todo rosa e com adesivos pois foi minha irmã menor que fez! Ela é muito prendada, sempre me manda algumas coisas todo o mês! – E ele mostrou o objeto, virando as páginas com cuidado.

- Que demais, você tem irmã!

- Tenho duas irmãs, sou o irmão mais velho! – Disse orgulhoso. – Eu tento ter cuidado pra não estregar... Sou meio... desastrado.

- Ah, tudo bem! Prestando atenção dá tudo certo. – Sally deu uns tapinhas nas costas do menino, contente. – Se um dia elas vierem, mostra elas pra Guilda!

- Elas disseram que vão tentar vir no festival. – Disse, tão emocionado que quase caiu uma lágrima nos olhos. – Eu mal posso esperar...

Sally disse que estava ansiosa para o festival, esperando ser um evento grande. Então voltaram ao seu caminho, com Ellie os apressando.

- Já deve ser sete da noite. Não sei se estamos perto, mas Maya nos disse que é um Vilarejo das montanhas.

- Tive a sensação de que estávamos descendo. – A Totodile coçou a cabeça, pensativa. – Mas bom, Dungeons são bem imprevisíveis né? Nunca esteve numa caverna assim!

- É bem diferente de Beach Cave e as outras que tivemos de ir. – Ellie concluiu, retomando o percurso. – Vou na frente.

Sem mais, ela se levantou do encosto da parede e passou por eles, que a seguiram também. Sally mantinha a vigia enquanto a Snivy buscava algum ponto de localização.

Foram curvas, salas grandes e mais voltas. 

Corredores vazios e longos. Dentro da Dungeon, Sally sentia um certo sufoco como tantas outras vezes que andava em lugares fechados. Respirava fundo, tentando manter sua atenção para futuros oponentes.

Chegou uma curva que Ellie parou abruptamente, movendo as vinhas parando seus companheiros. Cuidado, há um buraco.

Surpreso, Heitor recuou, assustado.

- B-buraco?

- Sim. – Ellie disse, olhando com cuidado para não cair ou escorregar. – Deixe-me ver a profundidade.
Pegando uma pedrinha de quase o tamanho do seu punho, deixou cair. Contou os segundos e o tempo para ouvir o baque no chão. Demorou, mas ouviu.

- Acho que deve ser sessenta metros. Seria uma queda e tanto...

- Minha nossa, a gente ia virar patê. 

- Minha mãe fazia um patê de Pecha Berry pra gente! Ai que saudades...- Comentou Heitor, nostálgico.

- Podemos pular. Tem algo em torno de dois metros até o outro lado, não será de grande coisa.

- PULAR? TIPO, PULAR MESMO? – Berrou o Bidoof.

- Sim, se voltarmos estaríamos perdendo tempo, não acha? Você consegue pular, Heitor?

Ellie parecia um pouco impaciente, encarando-o de um modo quase frio. Sally se posicionou entre os dois, anunciando que era só jogar a mala para alguém do outro lado pegar. Ellie deveria ir primeiro, podendo usar seus chicotes como auxílio.

- É uma boa ideia. Vamos tentar.

Vendo viu uma rocha afiada do outro lado, a garota jogou seus cipos. Tinha um alcance grande, não tendo dificuldades. Num salto, a Snivy se jogou para frente, que ao recolher os cipós, aproveitou o impulso e caiu numa distância mais que segura.

- Pronto! Joguem as malas!

Sally não hesitou, jogando sua mala, que foi pega pelos cipós e caiu nos braços de Ellie.

- Sua vez Heitor! A Ellie toma cuidado com essas coisas, não vai quebrar nada!

- ...Tudo bem...

Muito receoso, ele se aproximou devagar e entregou a mala a garota de cabelos azuis, que com seus braços fortes, jogou para o outro lado. Ele quase gaguejou quando viu algo sair de sua mala, mas pelo impulso, caiu na área segura, nos pés de Ellie.

Suspirou tão aliviado que caiu no chão.

- Você se preocupa mais com seus bens do que com você mesmo Heitor?

- Acho que sim. – Ele disse, abaixando seus ombros. – Esses objetos têm muito valor sentimental... É como perder alguém...

Sally percebeu que era um assunto que não seria bom ser aprofundado, ao menos não naquele momento, então moveu a cabeça em concordância e o ajudou se levantar. Encorajando-o, ela queria que ele corresse com tudo e pulasse.

- Mas eu sou gordo, não acho que eu consiga!

- Olha, se você quiser, eu te atinjo com um golpe no ar. Você pega impulso e a Ellie te recebe com os cipós abertos!

- ....Mas eu não sei...

- Ah, vamos viver essa aventura! Me diz, quem é o Glameow mais lindo que tem?

- Eu sou um Bidoof!

- Tanto faz! Só vamos pular juntos então!

Sally pegou o pulso dele e correu para trás, e sem entender nada, Bidoof se desesperou.

Ela correu com ele, mas na hora de pular, o jogou com toda a sua força que seus braços permitiam, deu um grito de vitória e sentiu seus músculos arderem.

- VAI QUE É TUA HEITOOOORRR! – Berrou a plenos pulmões, se agachando pelo cansaço.

- oooooOOOOWAAAAAAAAAA!!!! – Gritou com toda a sua voz, em pleno ar. Ficou com medo, a adrenalina subindo por não sentir nada embaixo dos pés e para ampará-lo.

Do outro lado, Ellie lançou suas vinhas e o agarrou, puxando para si. Ela havia enrolado os cipós entre duas pedras, de modo que se ele corresse ou caísse, estariam ali para impedir, ou ao menos, quase totalmente o impacto.

Sentindo os cipós se enrolarem, ele tentou tirá-los, entrando em pânico por algo o agarra-lo.

- Não Heitor! Cipós são amigos! – Disse Sally.

Mas a força de Ellie era muito maior, juntando ao seu recente mau humor, o amarou com força e puxou. Ele pousou no chão, os pés se desamparando e andando para frente, tombando com as vinhas presas. Ele caiu no chão.

- Muito bom Heitor! Agora saca só eu em ação!

Sally correu para trás, os cabelos acompanhando o movimento na ida e volta, quando saltou tão alto que quase tocou o teto baixo. 

- HAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!

E então, aterrissando com força, girou seu corpo e depois se erguendo, como se não fosse nada. Fez uma pose de vitória e comemorou.

- AHA! Estamos todos aqui. Muito bem, graças a nós mesmos, viu?

Heitor ainda tremia, olhando para o chão. Ellie recolheu suas vinhas devagar, olhando-os. Sally estendeu a mão, mas Heitor não havia percebido. Ele se assustou e se encolheu.

- ...Heitor, ei, cara, tudo bem? Ó, a gente tá aqui....

- E... se eu tivesse caído? E se eu nunca mais visse a minha mãe? Ou minhas irmãs...?

- E-ei, cara! Passamos pr isso, estamos bem não é? – Sally se agachou, tentando olhar para ele. – Desculpa p susto, mas era o jeito...

- A culpa não é sua, Sally. – respondeu Ellie, com olhos fechados. – Heitor deve saber os riscos de ser um explorador.

As palavras o atingiram como gelo, ou um golpe muito forte. Não conseguiu responder, era como se faltasse ar e quisesse chorar, correndo para o colo da sua família. Ele escondeu o rosto.
Sally olhou com um olhar reprovador, mas Ellie desviou, virando-se e ficando de costas. Ela disse algo sobre ir em frente e voltar em cinco minutos.

Em silencio, Sally se sentou, apoiando suas mãos nas pernas.

- ... Ei, cara, desculpa a Ellie. Ela tá naqueles dias de mau humor? E mais umas coisas junto. – Ela falava, gesticulando com o corpo, tombando para os lados. – Mas, olha, achei legal voc~e ter pulado! Acho que sua família vai se orgulhar, você está cada vez mais próximo de ser um explorador!

As orelhas pareciam ter ouvido, pois se mecheram. Ele ergueu a cabeça devagar, os olhos cheios de água. Ele fungou, mas não falou nada, apenas concordando com a cabeça.
Sally se levantou, estendendo a mão.

Ele aceitou a ajuda, e de pé, continuou olhando para o chão.

- ...Eu... Acho que entendi... Ellie tem sorte de ter uma parceira como você...

- Ah, que nada! Vou chutar a bunda dela depois, cê vai ver.

Foi quando ouviram passos se aproximando, Sally se colocando na frente dele e das malas ainda no chão. Mas deixou de ficar tensa, sorrindo ao ver que era a Snivy.

- Você vai chutar o que, Sally? – Perguntou, com mau humor.

- Chutar o pau da barraca! Já fez isso? Eu não. – Respondeu, se fazendo de desentendida.

Ellie deu um meio sorriso, mas voltou a dizer com pressa que havia achado a saída.

- Estão quase todos na entrada do vilarejo. Nosso timing foi bem a tempo.

Sally foi na frente, empolgada para a saida da caverna. Ellie ficou para trás, remexendo em sua bolsa. Tinha um papel dobrado, amarelado e cinzento, que não percebeu antes. Quando pensou em abrir, Sally a chamou.

-...Fica pra depois. Estou indo, Sally!



No que seria a entrada do Vilarejo, a Guilda estava quase toda reunida. Era um lugar simples, mas com seus bons aspectos de familiaridade. Quando todos estavam presentes, Maya tomou a frente, mostrando o caminho.

Um vilarejo de espécies diferentes, como dragões e outros tipos de Pokémon fogo. A essa hora da noite, não havia muito movimento, sendo assim, tendo uma caminhada silenciosa por entre as ruas de pedras retangulares. As casas tinham um padrão geométrico, algumas menores e maiores, bem como alguns poucos estabelecimentos abertos. Um músico tocava seu violão, um Dragonair charmoso com uma voz melódica e calma, em frente a uma loja de doces fechada.

Aquilo quase fez alguns membros da guilda dormirem na mesma hora.

Maya mostrou que havia chegado. Havia uma pousada, chamada o “Dragão dormente”. Era bonita e enfeitada, com as luzes acesas na sacada de madeira marrom. Uma mulher abriu a porta, descendo e cumprimentando Maya.

- Há quanto tempo! Bom te ver. Venham, está escuro e fizemos um bom jantar.

“Ah, comida.” Era tudo que Louis queria. Estava cansado demais, ombros quase que doloridos e o sono batendo as portas. Não ligou muito para as coisas ao seu redor, sem sua cabeça pensava em jantar e deitar-se. Estava cansado demais até para brigar, quando Teresa o cutucava.

Ao que parecia, a mulher que os havia atendido era a neta da hospedeira. Assim, ela mostrou os quartos, bem como os horários das refeições. Louis nem prestou atenção, a cabeça pendendo ainda amais com o estomago satisfeito.

Quando viu a cama de seu quarto, jogou a mala para o canto e nem se importou em fechar a porta, ou em quem dormiria ali com ele.









Fanart#2 Sir N

#Fanart2




Técnica Utilizada: Arte Digital, line e pintura feitos pelo Krita

Comentário:

"Fiz uma fanart de como imagino o Dugtrio e o Diglett... ERA O QUE EU QUERIA DIZER, MAS EU NÃO IMAGINAVA ELES ASSIM! Quando leio MD ( na real li pouco, tô devendo MUITA leitura ) eu normalmente penso mais nos pokes como pokes, mas resolvi dar uma chance pra um gijinka aqui. Pedi pra um conhecido falar um número pra eu decidir que personagem desenhar e tarã! 2 em 1 ( ou seriam 4? Sei lá. ) fuckers! Eu não sabia bem o que fazer, aí fui desenhando, fazendo pessoas responderem perguntas de 1 ou 3 sem explicar do que se tratava... Foi doido. MAS TÁ AÍ! COM MUITO DESESPERO E AMOR! DESESPERO PORQUE EU NÃO SABIA COMO COMEÇAR! AMOR PORQUE EU CONSEGUI TERMINAR E MANDAR PRA ESSA DIVA AQUI! É isso aí. Por fim, uma piadinha que fiz com um único avaliador da prévia: "Dia X: Querido diário, hoje tive que dar uma saída repentina do trabalho junto do meu pai pra resolver uns assuntos familiares... Até aí tudo bem, se ele não fosse um bombado de três cabeças...""



Comentário da Autora: 

Mano, eu fiquei tão feliz em receber essa fanart! Eu não esperava por isso! 

Obrigada mesmo Sir, você mandou pra mim no Discord e eu fiquei tão empolgada! 

Darius e o Dexter não apareceram muito ainda, mas achei a ideia legal. Embora eu acho que não vou fazer ele com 3 cabeças xd

Obrigada mesmo Napo, tô felizona '3'

Capítulo 23: Craggy Coast



A viagem durou um pouco mais que o previsto, deixando alguns integrantes da Guilda ansiosos. Mas para Shimezo, não fez muita diferença.

Quando desembarcaram num lugar quase que inóspito, alguns começaram a sussurrar se este era o lugar certo. Além de vegetação naquela estrada, havia um pequeno banco de madeira gasta pelo tempo. O silêncio era avassalador, enquanto encaram Maya, esperando esta se pronunciar.

- Muito bem. Nada melhor do que uma exploração real, de verdade. Nossa aventura irá começar aqui!

Maya fez uma pose, mas isso apenas os deixou mais apreensivos.

- Exploração de verdade? - Perguntou Heitor, colocando sua mala no chão. - Nós não fazíamos isso?

- Claro que não. - Respondeu a Guildmaster, sorrindo. -Eu falo de entrar num lugar desconhecido! Explorar ele e sairmos do outro lado! Tesouros e conhecimento!

- ... Por algum motivo, eu acho que a Guildmaster deixou a gente no lugar errado...- Sussurrou Jack, o Corpish dando dois passos para trás.

- Estou com saudades de casa. - Disse Louis.

- Eu estou com fome. - Sally comentou alto, colocando as mãos atrás da cabeças, num gesto simples e descontraído. - Me diz, a gente vai montar um acampamento? 

- Não. - Maya falou, atraindo a atenção deles. - Iremos separar as equipes e partiremos agora mesmo!

Seguiu outro momento de silêncio. Ninguém iria contestar Maya.

- Vamos apenas revisar as instruções, e seguiremos pelo pátio a nossa frente.

- Pátio? - Perguntou Jack, voltando a aparecer. - Que pátio?

- Esse aqui ó. 

Maya rapidamente se moveu, esticou os braços e puxou um grande arbusto. Com um pouco mais de força, ela quebrou os galhos, que não eram finos. Surpreso, o grupo ficou boquiaberto. Uma trilha apareceu diante deles, estando ali o tempo todo. Como ninguém havia visto antes?

- BRUXARIA! - Gritou Sally, agarrando os cabelos. - Ellie, você viu isso??

- Sim.- A Snivy falou pela primeira vez desde que saíram do ônibus. - Bruxaria...

- Hump. Vamos logo. - Falou Alfonse, pegando suas coisas e rapidamente entrou na passagem aberta. Seu grupo o seguiu. 

A Guildmaster falou rapidamente as instruções, que já foram ditas antes de chegarem ao local. As equipes se separaram e aos poucos sumiram, entrando na trilha que daria em uma suposta Dungeon. Sally não demorou para ir, se empolgando cada vez mais. 

Diferente de Ellie, que apenas seguiu-a, junto de Heitor, sem conversar muito. Parecia pensativa e preferiu ficar um pouco para trás, com  mão em sua bolsa.



Alguns minutos depois, a penúltima dupla seguia a trilha, até que depararam com duas entradas discretas da caverna. Parecia se misturar com a paisagem, estando coberta de musgo e plantas.

A dupla era composta por Shimezo e Jack, que deveria atravessar o Craggy Coast e encontrar com o resto da Guilda no outro lado. Assim, seguiriam para a Steam Cave. 

Sem se importar muito, Shimezo deixou Jack escolher entre os dois caminhos disponíveis. Ele apontou para o da direita e foi em sua direção, saltitante. Com um suspiro, Shimezo ajeitou a mala nas costas e partiu ao seu enlaço.

Antes de seguirem a trilha, Jack havia perguntado a Shimezo se poderia carregar uma câmera, pois queria registrar muitas fotos. Não se importando muito, apenas acenou a cabela e colocou as mãos nos bolsos da bermuda. Não prestou muita atenção ao que estava acontecendo, se movendo apenas quando viu os grupos se dividirem e seguirem por uma trilha. 

Sem perder muito tempo, fez o mesmo. 

Após alguns minutos de silêncio, o garoto de cabelos laranja perguntou:

- Shimezo, você está contente com essa exploração em Guilda?

- Sim. Uhul.- Respondeu, virando o rosto e olhando para o chão.

- ... Eu não senti muita empolgação, mas tudo bem! Espero que a gente não encontre muito inimigos ali dentro.

- ...É. Iriamos mais rápido.

- Mas também não muito rápido, não é? 

- Hum...

- Nunca fui chegado ao combate sabe? Ao menos que bom que você pode me ajudar na exploração. – E ele segurou novamente o objeto pendurado em seu pescoço. – Foi caro, mas eu consegui.

- Que bom...

- Você acha que eu trouxe poucos filmes? Sabe, para salvar as fotos e depois?

- Acho que não.

- Espero que de certo, estou muito ansioso! - Falou, levantando a câmera para o alto.

- Vai sim.

- Hey, você não está mesmo contente por vir?

- Estou sim. – E balançou os ombros, como se não ligasse muito.

Desviando de algumas pedras grandes, Shimezo nunca ficava exatamente ao lado dele. Queria evitar que as mãos e os ombros se esbarrassem. Mas também, na vantagem de que se ocorresse algum acidente, estaria ali para puxá-lo. Ou evitar que morresse primeiro.

Como se unisse o útil ao agradável, ou quase agradável, Croagunk preferiu não dizer muitas coisas, apenas dando respostas curtas e claras ao seu colega de time. Ele estava tão feliz falando de suas fotografias, mas quando não lembrava o nome do lugar em que já esteve, ficava pensativo e lamentou não andar com um álbum de fotos.

- Pena que a Explorer Badge não é uma câmera. Ela só guarda dados e mostra mapas, nos tele porta. Mas é um avanço né?

- É sim.

- Shimezo, você não acha que essa tecnologia iria parar agora né?

- Não...

- Consegue imaginar se eu tiver uma câmera ainda melhor?!- Disse extasiado. – Eu poderia ter uma definição muito maior, como se eu pudesse levar parte do lugar comigo! E sem estragar.

- É.

- E se eu conseguisse fazer, sabe, como se elas pudessem se tele portar para lá só com as minhas fotos?! Nossa, espero que esse dia chegue!

- Vai chegar.





Agora, de dentro da montanha, Jack tinha um pouco de dificuldade para tirar fotos.

Havia algumas tochas, como se para indicar o caminho, mas não sabia até eu ponto.

Subitamente, Shimezo parou e estendeu o braço para frente. impedinto Jack de avançar.

Em questão de segundos, ouviu-se um grande tremor. As pedras do chão começaram a tremer e Jack ouviu um barulho se aproximando cada vez mais.

- O-oque é isso?

- Não se mova. 

Ele ficou parado, como ela ordenou. O barulho e o tremor se aproximavam cada vez mais. 

Um poderoso Onix que surgia por entre as paredes, espalhando rochas e poeira quando chegou a sala principal. Ele parou por um tempo, vendo aonde estava. Até que seus olhos viram a dupla. Ele era um homem alto, de armadura pesada e um capacete, que ocultava todo o rosto. Ele ficou mudo, encarando a dupla.


Fonte: WhiteVir

- Invasores! - Gritou ele.

- Espero que esteja pronto pra se defender. - Sussurrou Croagunk, disparando em uma linha reta na direção do Onix.

O homem entrou em posição de combate. No momento seguinte, Croagunk saltou na direção dele, que ergueu os braços e se defendeu facilmente. 

- Não conheço você! Este é meu território! - Esbravejou ele, irritado.

Sem falar nada, Shimezo apenas aproveitou que ganhou mais altura ao ser bloqueada, pulando novamente. Seu braço começou a brilhar e caiu na direção dele. 

O homem  sentiu o impacto do Brick Break, afundando no chão com força. Com graça e sutileza, Shimezo deu um salto para trás, esperando a poeira abaixar.

- ...Shimezo? Você está ai? - Perguntou Jack, escondido. - Nossa que ângulo legal, vou tirar fotos.

Ele começou a mirar na direção de Croagunk, que reapareceu.

Assim como o Onix, atrás.

- Shimezo! Atrás de voc-

Antes que percebece, ela golpeou com força, girando o corpo e acertando o rosto do Onix, que foi ao chão.

Shimezo era muito ágil no combate, usando seus golpes do tipo lutador para imobilizar o oponente, a armadura fraturando. Com dúvidas, Jack sacou sua pistola e foi o mais longe que conseguiu. Ele tinha um pouco de receio de ataques corporais, então tentava dar auxílio atirando com sua pistola. Poderia invocar uma clava, como havia sido ensinado, mas tinha receio.

Ele apontou na direção do Onix, mas ao olhar com ateção, viu que já havia sido derrotado. Shimezo se afastou do homem caido, indo para uma outra sala, apenas gesticulando para que Jack a seguisse. 

- He-ei! Hey, Shimezo, perai! É seguro??

- Só vem. - Resmungou.

- Você já derrotou ele?? Tão rápido?

- Sim. Vamos.

Perplexo, o Corpish seguiu atrás, olhando para o Onix e correndo mais.

Entrando em uma área diferente, visualizaram poças de água e até mesmo paredes mais azuladas, um teto iluminado mesmo de dentro da caverna. As tochas não existiam mais, bem como as pedras e um ambiente mais seco. Era molhado, o que agradou um pouco mais Jack.

- Nossa, agora eu até consigo respirar! Você não acha até melhor?

- Sei lá. Você que sabe.

Continuando seu caminho, ele tirava mais fotos, seja se agachando ou levantando seus braços. Depois daquela adrenalina, na qual sequer lutou, ele conseguiu relaxar um pouco. 

Chegou em uma área com uma inclinação maior, subindo até um pico de dois metros de altura. Ele deitou-se no chão, silencioso e tirou algumas fotos depois de alguns minutos, que mais pareciam horas para Shimezo, que esperava de braços cruzados.

Foi quando Croagunk desfez de sua posição, correndo para a direção dele. Ele não viu o movimento, pois fotografava o centro do teto da sala, de onde a luz era maior.

De súbito, se assustou quando sentiu algo pegajoso em seu pescoço. Seu instinto foi proteger a câmera, rolando e caindo dois metros até o chão, num baque. Quando olhou para cima, viu que havia um Gastrodon enorme saindo do teto, sua coloração azul e verde o deixando a par do ambiente.

A figura era masculina e tinha uma roupa colada ao corpo, usando um tipo de mascara que cobria parte do rosto. A pouca pele exposta parecia ter um tom amarelo, os cabelos eram verdes musgo e tinham uma espécie de gosma verde fluorescente junto. Ele as notou e parecia surpreso,mas ficou os observando dali.


Fonte: WhiteVir



Houve um tremor, diferente. Esse tremor foi ficando cada vez mais forte, e Gastrodon não conseguiu se manter no teto e caiu.

Shimezo viu uma oportunidade e atacou. Ela surgiu voando quando o Gastrodon caiu, atingindo-o com tanta força com sua mão que o mandou para longe, caindo a metros de Jack. Gastrodon estava derrotado, num único golpe que o nocauteou. Num outro salto, pousou silenciosamente ao lado da sua dupla.


- Que bom que você me salvou!! - Gritou, os olhos ficando úmidos.- HEY, COMO VOCÊ FEZ ISSO? É UMA TÉCNICA? 

Shimezo estendeu a mão enluvada, já que a outra estava um pouco gosmenta. Mas pareceu se arrepender e o soltou a mão de Jack, como se temesse o toque.

- Sua mala está aí. – Falou com um tom frio, escondendo mais o rosto. - Deveríamos nos apressar.

- HEY, é mesmo! Nossa, mil obrigados Shimezo!

Agarrou sua mala, colocando nas costas. Limpou a sujeira da roupa e deu alguns passos largos para acompanhar Shimezo, metros a frente.

- Nossa, nem havia percebido! Você me salvou de novo. Não poderia ter alguém melhor nessa parte!

Colocando a mão na máscara, Shimezo disse devagar.

- Até poderia, mas eles não teriam muita paciência para esperar você tirando fotos.

Corado, ele admitiu seu erro. Guardou a câmera que por sorte não quebrara, mas estava com um leve amassado em uma das pontas retangulares. Teria que se forçar a prestar mais atenção e resistir a tirar algumas fotos.






             
             
- Birrr.

Esfregando os braços, Maya tentou se aquecer. Estavam numa área com baixa pressão, tornando difícil superar o frio e manter a respiração constante. Charles ofegava devagar, tentando se manter sua respiração e atenção ao redor. A dupla seguia caminho, mas segundo ele, estariam perto da saída.

- Acredito que estamos mais perto, Guildmaster. – Falou, fumaça saindo de sua boca. – Aqui, fique com o meu casaco.

- Ah, espere. Eu trouxe meu casaco, só percebi agorinha! Mas obrigada querido.

Ele acenou com a cabeça, apenas concordando. Maya retirou da mochila um grande casaco cor de rosa e felpudo. Aquilo atrairia muita atenção.

- Guildmaster, não quer meu paletó? Pode até não esquentar muito, mas acredito que poderíamos progredir mais rápido.

- Ah, já sei! Você quer o meu não quer? Verdade, suas roupas podem ser muito uteis para mobilidade. Aqui, fique com a Clarina.

Clarina, era o nome do grande casaco rosado. Ele suou frio, mas não questionou as ordens, ou um simples pedido de Maya. Ela ficou com o paletó, ajeitado as mangas ao seu tamanho, que ficaram quase que na mesma medida

Charles por outro lado, terminou de abotoar os botões e tentou se mexer. Era um pouco pesado, mas muito confortável.

- Obrigada pela sua generosidade, Grande Guildmaster. – Agradeceu, o mais cortês possível.

- Você pode me chamar de Maya! Poxa querido estamos a sós.

- Como desejar.

- Bom, eu adorei seu paletó, quero usar um igual, mas de um rosa choque! Vai ficar lindo. Agora vamos indo, sim?

Acenando, ele tentou se mover, com um pouco de dificuldade. Ele era alto, mas não era de uma musculatura definida como ela. Quando andava atrás, conseguia ver os músculos das costas dela movendo junto ao paletó, mas tentava não olhar muito. Sentia que seria uma desonra enorme olhar alguém daquele jeito, ainda mais a sua chefe.

Ao invés de seguirem a trilha principal, Maya ficava dizendo que sua aventura ali não começaria enquanto não deixasse de seguir a trilha. Charles a trouxe diversas vezes para o caminho, mas ela rapidamente se via em outro lugar.

Mas ele não perdeu sua paciência. Saberia que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde, por isso veio preparado para tudo. Em sua Explorer Badge, o sinal de Maya estava em rosa, mostrando aproximadamente a sua posição. 

Suspirando pesadamente, começou a sentir calor com o casaco, então suava frio. Precisaria achá-la rápido, pois segundo seu relógio, já era de noite.

Em silêncio, Chatot seguiu pelos corredores, até que trombou com um jovem Dratini, de cor diferente. 

Ao invés de usar azul, suas roupas eram de cor violeta e cabelos amarelados. Era um “shiny”, um evento extremamente raro. Ele parou e olhou o lugar, seus olhos quase encontrando com Charles.

Querendo evitar chamar atenção, se escondeu atrás de uma rocha, torcendo para que ele fosse embora. Charles não queria entrar em um combate de jeito nenhum.

Contou até duzentos e deu uma espiada. Para seu alívio, ele tinha ido embora. Uma batalha provavelmente demoraria mais tempo, pois uma vez lutara contra um Dratini que soube usar a água ao seu favor, deslizando de seus ataques aéreos.

Levantou-se e apressado, olhou na insígnia em sua mão, percebendo que o sinal rosa não estava mais aparecendo. Começou a suar ainda mais.

- Meu Arceus, Maya, onde está você?

Queria poder voar, ir mais rápido, mas para isso teria que deixar o casaco parar trás. Não era uma boa ideia. Amaldiçoando a sua falta de sorte, controlando sua raiva para não pisar duro no chão, ele continuou com seus passos apressados, o casaco atrasando-o cada vez mais.

- Não posso pensar nessas coisas. Preciso achar a Guildmaster. Embora ela teria facilidade para lidar com os habitantes daqui...

Carggy Coast deixou de ser uma Dungeon frequentada quando os “Gates” começaram a ser inventados.

Antigamente, alguns Pokémon precisavam atravessar esta caverna ao inves de dar a volta, na crença de que chegariam mais rápido ao outro lado. Por isso existia algumas trilhas, mas estas foram em sua maioria, apagadas devido a instabilidade da Dungeon.

Assim, podendo se teleportar, era muito mais fácil para os exploradores. Alguns diziam ter visto um vilarejo do outro lado, outros diziam apenas ter visto um pátio de árvores frutíferas. Charles nunca havia estado ali antes, então pensou em qual das opções poderia ser. E se fosse um vilarejo? Quem seriam os habitantes?

- Eu nunca havia visto um Dratini shiny antes. E se ele for do vilarejo? Ou apenas... Um Pokémon da Dungeon?

Foi quando ouviu um gemido, não muito longe. Temendo pelo pior, tentou localizar de onde vinha o som, se aproximando mais e mais, o coração acelerado e tentando não pensar no pior. E se fosse Maya?

Ouvi-se um grito, antes que pensasse, se viu correndo na direção do mesmo, fazendo poeira no chão quando recuou para trás.

A frente, dois grandes Pokémon cercaram um menor. Se tratava de um Kingler e um Sealo ameaçando um pequeno Dratini, de cor diferenciada.

“O que é isso? O que está havendo? “

- Vamos, garoto! É melhor você sumir daqui. Não quero você na minha área.

- Mas eu vivi aqui a minha vida inteira!! – Implorou. - Por favor, só quero ir pra casa.

- Você nem deveria ter vindo! Não ouviu sua mãe que essa Dungeon está cheia de ladrões? 

- M-me desculpe! Vou indo! – Respondeu o garoto, se levantando do chão.

A dupla do mal não abriu passagem, voltando a empurra-lo. Ele parecia querer chorar, seu corpo todo tremendo. Charles viu aquilo de relance, pensando no que deveria fazer.

"Eu não sou a Maya... Mas o que ela faria? Com certeza pular em frente deles... Mas... "

- ... Ehe. Some daqui, pivete.

Sem pensar duas vezes, o menino correu o mais rápido que pode, sumindo de vista.

- Heh, crianças acreditam em tudo.- Falou Sealo, um homem rechonchudo e de braços fortes.- Vamos segui-lo e descobrir aonde aquele vilarejo fica.

Elecuspiu no chão, estava muito impaciente e não parava de mexer em seus bigodes.

- Que saco, QUE SACO. - Gritou o Kingler, um homem de armadura laranja. - Você não sabe arranjar coisa mais fácil?! Você ouviu rumores daquela velha bruxa, agora estamos aqui desde ontem! E se não tiver tesouro?

- Como você é um saco. Que saco. Se quiser vai embora, mas vai ser tudo meu. 

- E como vai passar pelos guardiões? Já pensou se eles são Dragonites? E se mandarem vigias atrás da gente?

"Guardiões?" - Pensou Charles. "Que Guardiões?"

O outro homem nem pareceu escutar. Estava feliz pensando em achar um baú de joias e moedas, pensando 
 que não teria que fazer esforço algum em sua vida depois disso.

O outro homem falou que só iria acompanhá-lo, mas se não desse certo, o abandonaria. O outro não ligou, apenas correu para seguir a criança.

Do outro lado, Charles ficou chocado. Não havia cogitado que haveria caçadores de recompensa, neste exato lugar e hora e desse nível. Manteve-se frio, primeiro deveria encontrar sua Guildmaster. 

Mas uma dúvida veio, em seu coração. Se as ações deles poderiam desencadear algo maior que prejudicasse toda a Guilda. Isso deveria ser seu trabalho, saber cuidar de sua Guilda, mesmo não estando dentro dela, mas junto aos integrantes. Sim.

Então se levantou, mas o casaco o impediu. Suspirou, querendo livrar-se, mas Maya o havia dado. Sentiu o cheiro do perfume dela, e se acalmou instantaneamente. Precisaria de foco!

- Como ela conseguiu levar isso? Eu nunca vou saber...

Conformado, apenas seguiu os homens, mantendo uma distância favorável. Seus passos eram muito leves, quase não tendo barulho, pois só andava quando eles andavam e assim descobrindo facilmente o ritmo. Se escondeu atrás de uma rocha.

Mas a área foi ficando cada vez mais limpa, sem pedras os vestígios que o ocultassem. Não queria arranjar briga, mas teria que pensar algo para atrai-los.

“Se eu os atraísse, poderia bajular eles. Poderia ser um policial com um grande casaco rosa! Não definitivamente não. E se e jogasse o casaco neles? Não, isso sujaria e seria difícil de limpar. Se Maya estivesse aqui, talvez conseguíssemos juntos.”

Colocou a mão na testa, se forçando a pensar mais. O que ele poderia fazer? 

Foi quando ouviu uma voz muito familiar.









- Shimezo, você acha que estamos perto? Não sei aonde estamos.

- Talvez.

- E se estiver escuro lá fora?

- O montamos um acampamento. Ou teríamos sorte se já tivessem montado. Podemos caçar alguém...

- Credo! Não... Eu trouxe lanches. E estou com fome agora. Você quer parar e lanchar?

- Não, valeu.

Jack levou sua mão no estomago, que roncou alto. Shimezo não diminuiu seu ritmo, estando sempre alerta e a postos.

Ele pegou sua câmera e em silencio, viu as fotos que havia tirado. Shimezo aparecia em algumas, com o rosto coberto, face neutra e olhos distantes. Eles se não conheciam há muito tempo, então se perguntou se deveria se aproximar mais, mas ela parecia muito fria. Na verdade, não sabia dizer se era ela ou ele, mas entendia que não deveria abordar o assunto.

- Mas, hey, Shimezo, você não se cansa? – Disse devagar, sempre pensando que pronomes e palavras a serem ditas. Não sabia como deveria se referir, mas tinha medo de perguntar. Por isso tentava manter tudo na neutralidade.

Poderia ter dito, "Mas você não fica cansada? Ou cansado?" Talvez nem se importasse, ou talvez sim e escondesse no fundo. Não queria ter alguém que tivesse raiva ou mágoa dele, principalmente na Guilda.

- Não. Acho que devemos estar perto.

- Você deve saber dessas coisas né! Chegar rápido nos lugares e pegar atalhos.

Croagunk se virou, olhando-o com atenção. Isso o intimidou.

- Por que diz isso?

- A-ah.. É que, você parece... Com aqueles ninjas que li em quadrinhos uma vez...

- Só por isso?

- Você é misterioso. 

Percebendo que se referiu a “ele”, tampou a boca com força.

- H-hey, me desculpa! Não quis te ofender.

- Você não sabe dizer se sou mulher ou homem? Macho ou fêmea, é isso?

Shimezo se aproximou, encarando-o como se fosse julgar Jack por algo ruim. Ele se arrependeu de ter dito.

- Você se incomoda por eu não ter um gênero definido?

- N-não! Me desculpe!

Tirou a bandana que cobria parte de seu rosto. Jack não deixou de olhar, mas desviou o olhar.

- Escute com atenção. Eu não tenho um gênero definido, e isso não deveria os atrapalhar. Se você tem dúvidas na hora de se referir a mim, pergunte.

Ele assentiu, tirando as mãos da boca.

- Como eu posso me referir a você?

- Eu nasci menina. – Falou, franca. - Isso é fato, mas não gosto de seguir os padrões, gosto de coisas neutras. E nem pareço fisicamente com fêmeas, nem tão pouco com machos. Você pode me referir como garota, não há problema.

- H-hey, me desculpa, não quis te ofender! De verdade! E não quis perguntar para não te ofender... <
Mas acabei ofendendo...

- Tudo bem. – Concluiu, acenando com a cabeça. - Assunto resolvido, vamos indo.

Ela se virou, voltando a colocar o pano em seu rosto, seguindo em frente.

Algo em Corpfish o acalmou espiritualmente, mas seu coração estava acelerado. Shimezo era alguém de poucas palavras, pensou que ela era apática e alguém sem sentimentos. Mas lidou rapidamente com seus problemas, seguindo em frente.

Se sentiu especial. Não sabia se ela havia falado isso para alguém, e se sequer tivesse tirado sua bandana mostrando seu rosto para alguém. Mesmo nas refeições.

Com um certo vigor renovado, ele correu para alcança-la.









- Copyright © 2016 Pokémon Mystery Dungeon: A Fanfiction - Escrito por White Vir Scarlet (WV) - Powered by Blogger - Designed by Johanes Djogan -